terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Espelho/Escada

A vontade de contar as novas
E ouvir sobre as novas
Existiram?
Ou algo apenas dentro de mim?

Lá se foram as conversas
Sobre o tudo e nada
No sentimento só meu
Confiava

Mão única
Que lhe basta
Movimento de procura
Que não me acha

Inveja dos seus nãos
Do seu público
Cativo e rotativo
Que me substituiu

Orgulho de mim
Da mão estendida,
Enid
Das memórias perdidas

Escada para um
Espelho para outro
No fim, não tão diferente de ti
Amizade? Tá bom assim.


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Somos melhores que isso

Não me considero o melhor dos caras - bem longe disso - nem o bastião da verdade, tampouco me vejo sem meus defeitos. Com certeza já fui e sou machista em vários momentos dessa ordinária vida. Meus olhos já ficaram parados em decotes e fiz comentários saídos de uma cabeça de um colegial sobre mulheres.

Eu não sou o "mais" capacitado para falar sobre física quântica, sobre como funciona um carro, como se prepara um arroz e especialmente sobre os direitos das mulheres e a necessidade igualdade entre os sexos em todos os campos da sociedade.

Ao ler a "reportagem" abaixo, fiquei constrangido. De verdade. E como já perceberam, não precisei ser uma mulher para sentir isso.

Fico me perguntando até quando uma mulher, em qualquer papel que exerça, por mais capacitada, inteligente, engraçada e gente boa será julgada com "é bonita, é gostosa?"

A matéria foi editada pelo portal R7 (http://entretenimento.r7.com/famosos-e-tv/fotos/expectativa-x-realidade-veja-o-que-acontece-quando-fernanda-gentil-tira-a-roupa-20012015#!/foto/4) mas as frases que acompanhavam as fotos eram essas:

"Além disso, Fernanda tem algumas gordurinhas" "Vale lembrar que o corpo de Fernanda é como o de qualquer mulher normal" "O figurinista dela, porém, merece os parabéns por conseguir disfarçar as imperfeições tão bem".
As mulheres não precisam desse julgamento. E em uma sociedade cada vez mais competitiva e que todos buscam a perfeição, os homens são os próximos a "enfrentarem" matérias similares sobre quilinhos a mais ou barrigas positivas.

Não sei. Somos melhores que isso. Espero


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

F.T.

Não se preocupem
e não se culpem também
Afinal, sempre estive aqui
A um clique, a um café

E sempre vou estar
quem quiser lembrar de mim
só sorrir
e seguir

Carregue com você
coisas boas e ruins
mas de preferência as boas
que fiz para ti

Madrugada, eterna amiga
dos pensamentos meus
que me fizeram rolar, desabafar
Mergulhar quantas vezes em mim

Me permitam
Admitir
Que os suspiros
Não me bastam mais

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A incógnita chamada Homem-Formiga ou como a Marvel pode estar diante de seu primeiro "fracasso".



Pode-se afirmar, sem dúvidas, que para os fãs de HQs, o recém-terminado ano de 2014 (uhu, sobrevivemos!) foi da confirmação da relevância para o mercado cinematográfico das adaptações dos quadrinhos. Com filmes tão diferentes entre si como Capitão América 2, X-Men – Dias de um Futuro Esquecido e Guardiões da Galáxia,  sendo sucessos de público, critica  e com retorno financeiro, as perspectivas para 2015 e pelos demais anos são gigantes. Hollywood encontrou sua nova mina de ouro e vai abusar até não poder mais. E isso pode ser muito bom...e ruim.

Explico. Calma fanboy. Com o anúncio em 2014 da DC/WB e Marvel Studios das datas de seus próximos filmes, além de contarmos no balaio de gato Sony, Fox e Paramout, de adaptações para tela grande, podemos aguardar até 2020 – cinco míseros anos que passam rápido – o total de 32 filmes. A cada dois meses uma nova estreia, meus amigos. Haja superpoderes de multiplicação de “larjan” para comprar ingressos.

Ah, já estava esquecendo as séries de TV! Sim, em 2014, tivemos a engrenagem da Agents of Shield  – pode abrir o sorriso ao ler esse texto maravilhoso no Judão http://migre.me/nRYpI - uma Gothan apresentando um Pinguim psicopata e um Flash para fazer cia para Arrow no universo renegado pela WB da CW. 2015 é a vez da Netflix entrar na brincadeira com meu ceguinho preferido Demolidor, preparando o terreno para o “assemble” Defensores além, claro, de Hayley Atwell quebrar nossos corações nas férias nesse inicio de janeiro como Agent Carter.

Você que é bom de matemática, caro leitor, diferentemente deste que lhes escreve, conhece muito bem probabilidade. Com tantos filmes, adaptações para TV e universos interligados, a chance de algo não sair tão bom é bem real. Estamos falando de você, Espetacular Homem Aranha. Esse é o lado ruim desse boom. Com o Aranha abatido, o que esperar da reunião do Sexteto Sinistro para 2016? Isso me faz recordar da mãozinha do Esqueleto aparecendo no final do Masters of Universe. Estou até hoje esperando a continuação.

O lado bom da coisa é que mesmo após bombas como Lanterna Verde, um reboot já nos aguarda lá para 2020. Dá tempo suficiente para esquecer o Ryan Reynolds. Até ele fazer Deadpool. Além disso, vejam quantos personagens listados até agora. Quando teríamos a possibilidade de ver algo do tipo que só tínhamos em nossa imaginação de pura nerdice torna-se realidade? Vocês não sabem como vibrei ao saber que Christian Bale tinha sido escolhido para viver Bruce Wayne! Agora estamos vivendo e sentindo isso toda a semana. E é bom pra cacete, vai.

Todas essas preliminares, além de servirem para abalar a fuselagem segundo o dileto Mumuzinho, podem nos ajudar a entender a possibilidade da Marvel Studios, que tem total controle de seus filmes a partir do longínquo ano de 2008, estar diante de seu primeiro revés chamado Homem-Formiga.



Digo isso porque dessa budega chamada herói, a Marvel está ganhando de 7x1 dos outros. Tanto Fox e Sony patinam feio em seus lançamentos enquanto a casa das ideias ganha de braçada. Com planejamento, a nova amiga do Mickey Mouse parece ter tudo nas mãos. Cada cena pós-crédito é um gancho para as futuras continuações e para todo seu universo. Enquanto a DC/WB faz uma lista de seus novos filmes para acionistas em uma reunião fechada, a Marvel chama imprensa e fãs, fecha um cinema em LA, apresenta novas datas em um telão além de chamar ao palco Robert Downey Jr, Chris Evans para representar o novo filme do Capitão. De quebra, anuncia Chadwick Boseman como Pantera Negra. Não é pouca coisa.

Justamente pela competência da Marvel, tudo que ronda a produção, as escolhas de casting e lançamento de Homem-Formiga é muito estranho. Vamos em partes, Jack.

A longa pré-produção do filme foi feita por Edgard Wright desde 2006. Wright conhecido pela Trilogia Cornetto (Shaun of the Dead, Hot Fuzz e World’s End) além da sensacional adaptação de Scott Pilgrim, era o responsável pela direção e roteiro do filme com seu habitual parceiro Joe Cornish, do foda “Attack the Block”. Homem-Formiga, um herói desconhecido do grande público, tinha diretor e roteiristas antes de qualquer anuncio de datas de lançamento para Thor, Capitão América e os próprios Avengers. O roteiro vem sendo trabalhando antes da estreia de Homem de Ferro, minha gente. O que se sabe é que Kevin Feige, o manda-chuvas da Marvel Studios, havia se apaixonado pelo “draft” feito por Wright anos antes.



Homem-Formiga ou Hank Pym, nos quadrinhos, tem sua importância. Criado em 1962, possui relação direta com os Avengers e é considerados um dos fundadores do grupo. É também responsável, quem diria, pela criação do Ultron, esse mesmo que aparece em um filme independente que estreia em maio.

A questão é que diminuto herói nunca foi destaque no universo Marvel e nem chegou a ser um sucesso de vendas nos quadrinhos. O diferencial, segundo o próprio Feige em janeiro de 2013, para o filme estar sendo feito era a visão de Wright pelo o material. O diretor britânico, no decorrer dos 8 anos de revisão de roteiro, pré-produção e produção do longa, em momento algum demonstrava desconfiança no projeto, nas diversas entrevistas dadas no período e participações nas Comic Cons em San Diego.

Depois da escalação de Paul Rudd como o herói Scott Lang – o aprendiz, Michael Douglas como Pym, o mentor, tudo parecia caminhar tranquilamente na nau Marvel. Até que...Wright, um fã confesso de Homem-Formiga, colecionador dos primeiros quadrinhos do herói, estava fora do projeto. 

Um baque para toda a comunidade nerd do mundo anunciado em 23 de maio de 2014. Não exatamente pela relevância do Homem-Formiga em si, mas pelo esforço de Edgard no projeto por 8 anos. É como um boleiro que joga todas as partidas eliminatórias e na hora da escalação final para Copa do Mundo fica de fora. A Marvel Studios, adorada por todos, foi pela primeira vez vilã na história. Até Joss Whedon, o queridinho da casa das ideias, ficou do lado do corneto boy.

Com a saída de Wright e proximidade do inicio da produção do filme, Feige e cia foram a caça no mercado. Depois de ser publicamente recusada por Adam Mckay dos maravilhosos “O Âncora” e “Quase Irmãos”, através, pasmem, de um tweet de 31 de maio, finalmente a Marvel em junho anunciou Peyton Reed como novo diretor. Um cara que eu gosto bastante, especialmente, por “Abaixo ao amor” e “Sim, senhor”. Contudo, o estrago já havia sido feito.

A produção perdeu vários integrantes com a saída de Wright, inclusive seu diretor de fotografia, Bill Pope e o responsável pela trilha do filme Steven Price. O atraso na produção fez com que Patrick Wilson, ótimo ator com cara de vião da Marvel, partisse também. O roteiro, alterado, por Mckay, Rudd e Reed, passou por mudanças especialmente nas cenas de ação. Hmmmm.

O balanço feito da cagada toda e lendo entrevistas de envolvidos, é que Wright tinha uma visão que agradava a todos, cativando tanto estúdio como os atores. Só que, a palavra final é da Marvel. Depois de diversos pedidos de novos drafts que visavam amenizar o personagem Scott Lang – ladrão nos quadrinhos – para algo mais grandioso, vamos dizer, mais heroico, a coisa pareceu desandar em 2014. Wright é conhecido por seu humor corrosivo de comédias para maiores de 18 anos e defensor dos “pérrapados”. Convenhamos nada muito similar ao universo Marvel.

O que sabemos é que Peyton Reed, os dois Homens-Formigas além de Evangeline Lilly (eterna Kate) e Corey Stoll como Jaqueta Amarela apareceram na Comic Con 2014 com sorriso amarelo. A produção começou em agosto e única foto divulgada é de Rudd com olhar perdido para baia de São Francisco, cidade onde se passa a história. Talvez uma foto não simbolizasse tão bem um filme. Reed em seu twitter decretou o “wrap” da produção em dezembro de 2014.




Mais do que um projeto que era pessoal de Wright, o que aparenta é que, com sua saída inesperada, a Marvel não possuía um plano B. Desnorteada, deu com os burros n'água (essa entrega a idade) no mercado. Arrumou Reed, deu carta branca para Rudd e seus parceiros inserirem piadas, cenas de ação e seja o que Deus quiser.

O que parecia algo diferente do padrão Marvel, justamente pode simbolizar o primeiro fracasso no universo dos heróis, desenhado desde 2008. Isso não quer dizer que problemas já ocorreram na produção dos filmes nesses anos. Kenneth Branagh não teve vida fácil ao fazer Thor, tanto é que não fora convidado ao retornar para a continuação. Petty Jenkins seria a primeira diretora a fazer um filme Marvel e também levou um pé na bunda na pré-produção. Alan Taylor, finalmente diretor de Mundo Sombrio, foi afastado na edição final do filme. Dizem as más línguas que Whedon dirigiu algumas cenas. Homem de Ferro 2 teve roteiro sendo refeito no momento da filmagem e Edward Norton bateu de frente diversas vezes no Incrível Hulk.

Não sei se é coincidência, porém todos os filmes citados acima, tido como problemáticos, estão abaixo da qualidade Marvel. São filmes legais mas não chegam aos pés de Guardiões, Avengers e Capitão América 2. O problema é que, no caso de Homem-Formiga, o buraco é bem mais embaixo. A Marvel não é mais a mesma de 7 anos atrás. Os holofotes estão voltados para ela.

Sem teaser, trailer ou qualquer cena exibida para o público (na Comic Con apresentaram um pequeno trecho feito especialmente para San Diego), o filme tornou-se uma incógnita. Além dos percalços da produção, o que parece é que Homem-Formiga virou um filho bastardo para Marvel.
Com estreia marcada para 17 de julho, a ausência de divulgação da película chama muito a atenção. Os Avengers – Era de Ultron, que sai em maio, agora em janeiro terá seu segundo trailer. Nós, bem ou mal, já sabemos a temática de Civil War, com data de estreia para maio de 2016 e nada do herói inseto. Aliás, Homem-Formiga foi rebaixado, meus caros. Concebido como filme inaugural da fase 3 da Marvel nos cinemas, discretamente, com o “line up” até 2020 divulgado, Scott Lang e sua turma ficaram com a missão de fechar a fase 2, após o provável sucesso blockbuster de Avengers.

Com o sucesso de Guardiões da Galáxia, personagens tão obscuros para o grande público como o pequenino, a esperança da Marvel é que se consiga uma empatia pelo anti-herói. Tenho minhas sinceras dúvidas.

Por incrível que pareça, o nome não ajuda. Eu te pergunto caro leitor, que criança desse mundo, podendo ser Thor, Homem de Ferro, Guardião da Galáxia (por mais irônico que seja a denominação dada aos amigos de Star-Lord) pedirá aos pais a fantasia de uma formiga?! Nem da atômica já vi. O público infanto-juvenil é fator decisivo para o $$$ nas bilheterias e não vejo com força a vontade de um “di menor” abraçar a causa de Lang.

Rudd também não ajuda. Por mais que esteja nas telas há anos, o rapaz engraçado nunca conseguiu atrair multidões para seus filmes. Gosto do cara mas nada demais, sabe? Vocês podem argumentar “o Chris Pratt também é um desconhecido e olha o que deu, mané!”. Tudo bem, mas o contexto é diferente. Pratt realmente nunca tinha estrelado um filme como ator principal e trabalha em um série de TV assistida que não tem a audiência de uma Big Bang Theory.

Porém Rudd já teve diversas chances e podemos dizer que seu maior hit como ator principal foi “Eu te amo, cara”, um filme pequeno para os padrões de Hollywood. Quando teve que segurar as pontas em “Como Você Sabe” do mestre James L. Brooks (sou fã confesso), um rojão de 120 milhões, a vaca foi pro brejo. O que quero afirmar é que o contexto de Pratt é outro, com um filme muito mais ligado ao universo – literalmente – do que Homem-Formiga. E Rudd, por mais que goste dele em filmes do Apatow e cia, não tem o carisma suficiente para o grande público.

Falando em Apatow, pego como exemplo o discípulo Seth Rogen. Esse já mais do que consagrado como estrela que consegue bons lucros em bilheterias com comédias de baixo orçamento, vejam só, quando brincou de filme de herói inseto, Besouro Verde, foi duramente criticado pela crítica e público. Com orçamento de mais de 100 milhões de dólares, faturou um pouco mais de 200, fechando no sufoco o filme no azul, Rogen considerou o filme um pesadelo.

Sinceramente, se Homem-Formiga faturar duzentinho, já estará valendo a pena. E olha que o filme de menor renda da Marvel, desde 2008, é Incrível Hulk com 260 milhas. Para piorar, a competição pela bilheteria não será fácil. No mesmo mês de julho, antes do lançamento do inseto, Exterminador do Futuro e os Minions (sim, você tem dúvida que isso fará sucesso?) estreiam. Formiga estreia junto Pan, adaptação do clássico com Wolverine como Capitão Gancho. E você reclamando da sua vida, hein.


Sem querer o profeta do Apocalipse (insira risada maligna), Feige tem grandes chances de ter em suas mãos uma bomba. Por mais que a divulgação e marketing estranhamente não tenham iniciado – uma revistinha está para sair agora em janeiro – o que era para ser um filme irreverente, já gastou grana e tempo suficiente da casa das ideias para se achar graça em tudo isso. Como a própria Pixar, no quesito qualidade em “Carros 2”, e porque não, a Apatow Productions na bilheteria em “A Vida é Dura: A História de Dewey Cox”, é bom a Marvel se preparar e colocar as barbas de molho. Por menor que seja, quem diria, uma formiga pode fazer um grande estrago.

Boa sorte pessoal...


Atualizado 02/01/2015 - 15:14 - A Marvel, preocupada com o meu texto negativo (haha), informou que o trailer do Homem-Formiga vai aparecer no intervalo de Agent Carter, dia 06! Vamos aguardar.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Gratidão



Obrigado. É tão difícil
para mim
ser grato a ti.
Tão certinha, por mais sensível, que possa tentar ser
Dos pequenos momentos que me fazem feliz
E nunca te agradeci.
Por não saber, por desacreditar
Que tudo faz sentido
Ao fazer rir, refletir
Até a preguiça que deita aqui
Estender a mão para depois
poder sorrir
Que seja doce
Me permitir simplesmente
De vez em quando, vai
Gostar de você

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Á modinha dele

Ele não fala de si
Compartilha pra mim
O que teme, não sei
O que eu cobro de ti
Uma resposta, um talvez
Por querer esconder?
Quando ri, brilha sim

É só querer...
Proteger, te esquecer
Me ensina a ser
Indiferente a você
Longe assim
Perto ao notar
Que tem falado de quem
Amou sem querer

Não queria dizer
Que essa modinha é pra mim
É só minha, enfim
Foi um prazer
Mas da próxima vez
Procure saber
Que o problema é você.

Hora de dormir
Amontoado de pensamentos
Barrados
Ausência de agir

Hora de acordar
Reflexão sem calor
Fraqueza
Martírio me chama pra dançar

Keep walking
Bom dia para ti
Nota de três
Mais uma dose, please

Movimento circular
Infinito coletivo
destino já conhecido
Andando para trás

Observatório de si
Intrínseco tá-lento
Que existe?
Deixa acreditar que sim

Hora de...
Imponderáveis “se”
Permanentes carneiros
Pertencentes a mim